A Cataplana é um peculiar e singular utensílio culinário português, cujas origens ainda pouco se sabe, uma vez que não existem registos históricos oficiais do seu aparecimento e criação. Para encontrarmos as raízes da Cataplana, somos quase que obrigados a investigar neste caso a influência árabe do Norte de África, que durante mais de 500 anos (séc. VIII a séc. XIII) marcaram imenso os destinos da região Algarvia, encontrando-se ainda bem patentes no seu artesanato.
No Norte de Africa, encontramos um utensílio também muito antigo, cujo processo de cozedura se assemelha imenso ao utilizado na Cataplana. Trata-se pois da célebre "Tajine" marroquina, que embora tradicionalmente feita em barro, utiliza na confecção dos alimentos o mesmo tipo de cozedura hermética a vapor que se veio a usar posteriormente também na Cataplana, além de os pratos nela confeccionados serem cozinhados lentamente e a temperaturas baixas tal como na Cataplana.
A Cataplana tal como a conhecemos hoje, começou a ser produzida há muitas décadas na região Algarvia por antigos caldeireiros, mestres na arte de trabalhar o cobre, pelo qual esta região foi outrora muito conhecida.
A Cataplana trata-se basicamente de duas meias panelas côncavas, unidas por uma dobradiça e com dois fechos laterais, possibilitando assim uma cozedura hermética das iguarias, tornando-se no fundo, percursora da actual panela de pressão e fazendo desta de facto uma verdadeira panela de pressão primitiva.
Inicialmente produzidas em Zinco, começaram logo a ser
produzidas em cobre (tal e qual as nossas actualmente),
pelos artesãos caldeireiros mestres na arte de moldar
o cobre segundo a velha tradição. O uso do cobre
permitiu deste modo uma excelente condutividade
do calor por toda a Cataplana, além de também dar
um sabor especial único e incomparável ás
iguarias nela confeccionadas, propriedades
naturais deste nobre metal, cujo uso já
remonta a milhares de anos, tendo sido
utilizado por antigas civilizações como
os Sumérios, Egípcios, Babilónicos,
Fenícios, Romanos e Árabes.